
A secretaria municipal de Saúde está saindo na frente e adotando procedimentos para reduzir o número de internações de grávidas por suspeita do vírus Influencia A (H1N1), causador da gripe suína, medida que reduz os riscos e possibilita que a paciente se trate em casa. Nesta segunda-feira (10), durante reunião com obstetras das redes pública e particular, o secretário de Saúde, Paulo Hirano, falou sobre as medidas que vêm sendo tomadas no município para prevenir a doença, começando pela determinação da Prefeita Rosinha Garotinho em manter as gestantes que trabalham na rede pública em suas casas.
Segundo o secretário, ao visualizar que as gestantes fazem parte de um grupo de risco altíssimo, foi necessário antecipar algumas medidas, como disponibilizar para elas o swab nasal, exame feito em apenas um laboratório particular do município. "Este grupo é de forte risco e onde o quadro evolui para dificuldade respiratória rapidamente", disse o secretário aos obstetras, acrescentando que espera que todos sejam disseminadores do novo protocolo.
Ele lembra que, atualmente, foram quatro óbitos por suspeita do vírus, em Campos. Atualmente, o que tranqüiliza as autoridades médicas é que nenhum caso de paciente com suspeita da doença foi confirmado sem que tivessem viajado para algum lugar onde existe o vírus circulante. "Os dois casos que tivemos confirmados foram o de um casal que esteve na Argentina. Fizemos o bloqueio epidemiológico e nenhuma pessoa esteve com eles para que pudesse se contaminar".
Hirano falou da preocupação que teve com a falta de medicamentos disponibilizados pelo Estado. "O município de Campos está numa situação privilegiada no que diz respeito à doença porque todas as medidas preventivas estão sendo tomadas. A secretaria de Saúde do município está atenta e interligada com o Estado".
O diretor do Centro de Referência da Dengue (CRD), onde está funcionando o Centro de Triagem, no Hospital Plantadores de Cana, Luiz José de Souza, explica que, se o resultado do teste for positivo para o Influenza A, o Raio X da paciente estiver alterado e a paciente não estiver bem a determinação é interná-la. "Se o exame for negativo, o Raio X normal e ela estiver estável, é medicada com o antiviral Oseltamivir (Tamiflu) e vai para casa", explicou o médico, lembrando que, na semana passada, o número de grávidas internadas chegou a 28 e que, hoje, são seis, sendo que duas já tiveram os bebês.
Desde que começaram a surgir os casos de gripe suína, no Brasil, o protocolo do Ministério da Saúde vem sendo alterado e, a partir de agora, para as gestantes o critério é estar gripada para iniciar o tratamento. O índice de mortes entre as grávidas tem sido grande em todo o país e, em Campos, o número de internações com suspeita da gripe preocupou autoridades médicas. De acordo com o secretário, em Campos, atualmente, se uma gestante que estiver gripada, tem que ser tratada imediatamente. "É gestante? Gripou. Tratou", frisa Hirano, acrescentando que todos os médicos têm prerrogativa para prescrever a medicação aos pacientes com suspeita da gripe.
O secretário lembrou que todas as unidades de saúde, sejam elas, públicas ou privadas, são responsáveis pelos pacientes que chegam. "Cada unidade, é responsável pelo seu paciente", disse Hirano, acrescentando que todos os médicos têm prerrogativa para prescrever a medicação aos pacientes com suspeita da nova gripe.
O diretor da Vigilância Epidemiológica, Charbell Kury, informou que o objetivo da reunião foi criar um fluxo único, ou seja, fazer com que todos os obstetras falem a mesma linguagem quando o assunto for H1N1. Ele lembra que a iniciativa de antecipar o tratamento para as gestantes tem o objetivo de dar maior velocidade ao diagnóstico.
Liliane Barreto / SECOM
Foto: Antonio Leudo
Nenhum comentário:
Postar um comentário